PESSOAS ANSIOSAS

Como ajudar uma pessoa que sofre de ansiedade?

 

Os nossos entes queridos às vezes têm dificuldades em gerir momentos de stress e sentem-se bloqueados pelas suas angústias. É angustiante e frustrante vê-los sofrer, mas existem diferentes maneiras de os ajudar enquanto cuidamos de nós mesmos.

O seu parceiro está constantemente a adiar as suas tarefas? A sua melhor amiga queixa-se de estar sozinha mas recusa todos os encontros? A razão é… A ansiedade às vezes exacerba os medos a ponto de nos impedir de agir de forma lógica. E o facto de testemunharmos a ansiedade dos nossos entes queridos pode ser ainda mais difícil, pois pode desencadear a nossa própria ansiedade.

Em primeiro lugar, lembre-se de que a ansiedade é uma característica humana e não um defeito. Trata-se de uma emoção geralmente útil que nos ajuda a ver as ameaças potenciais, evitar a rejeição social e manter-nos alertas. No entanto, a ansiedade pode provocar um efeito de bola de neve em algumas pessoas, que deixam de conseguir geri-la. Embora seja angustiante e frustrante vê-los sofrer, há sempre algo que podemos fazer para os ajudar mantendo a calma.

Compreender a ansiedade

O ser humano está programado para responder ao medo com luta, fuga ou inibição. Para cada pessoa, uma dessas respostas domina sobre as outras duas. A ansiedade é concebida para nos colocar num modo de sensibilidade à ameaça. Prestando atenção à forma como a ansiedade se manifesta na pessoa de quem se preocupa, pode aprender os seus padrões e estar em melhor posição para a ajudar.

Apoiar os ansiosos

É preferível perguntar a alguém que tipo de apoio prefere em vez de adivinhar! Pode ser ajudar a pessoa a dividir as tarefas em etapas mais fáceis de gerir ou discutir opções específicas para enfrentar uma situação difícil, reconhecendo ao mesmo tempo a sua autonomia e independência.

Outras pessoas preferem um apoio emocional. Quando tem uma relação muito próxima com alguém, pode oferecer um apoio baseado numa compreensão íntima dos seus padrões de ansiedade. Lembre-se de que apoiar significa ajudar alguém a ajudar-se a si mesmo, e não fazer as coisas por ele.

A única exceção são os casos de depressão severa, onde a pessoa não consegue sair da cama e precisa de uma ajuda concreta ao longo do dia. Em circunstâncias menos extremas, é preferível oferecer apoio sem assumir o controlo ou exagerar.

Acalmar as pessoas ansiosas

Geralmente, as pessoas ansiosas tendem a pensar nos piores cenários. Para as ajudar a ganhar distância e acalmar os seus pensamentos, pode usar uma técnica de terapia cognitiva onde lhes pede para refletir sobre três questões:

  • O que pode acontecer de pior?
  • O que pode acontecer de melhor?
  • O que é mais realista?

Tente focar-se na capacidade de adaptação da pessoa. Se o seu ente querido não compreender a sua ansiedade ou tiver dificuldade em gerir as suas compulsões, é melhor encorajá-lo a consultar um profissional no tratamento da ansiedade.

Cuidar de si para melhor ajudar os outros

Pode ajudar um ente querido que sofre de ansiedade, mas não o pode curar. Assumir demasiadas responsabilidades é, na verdade, um sintoma de ansiedade, por isso certifique-se de não cair nessa armadilha. Tenha em mente que o seu apoio não precisa de estar diretamente focado na ansiedade.

O exercício físico, por exemplo, é muito útil. Pode propor um passeio ou assistir a uma aula de ioga juntos. E não hesite em estabelecer limites para se proteger. Aliás, uma conversa de 20 minutos é às vezes muito mais útil (e menos exaustiva) do que uma discussão de duas horas.