O MELHOR ANALGÉSICO É VOCÊ!
Os medicamentos não são a única solução para uma dor de barriga, um bloqueio nas costas ou um ombro dolorido. Utilizar o poder do nosso cérebro e aprender a gerir as nossas emoções ajuda a cortar a dor.
O melhor analgésico é o seu cérebro. A nossa mente, mais forte do que o paracetamol ou o ibuprofeno quando a nossa cabeça está num torno ou as nossas costas nos fazem sofrer? A ideia é sedutora.
Aceitar a origem psicológica da dor
Todos temos o poder de curar uma dor crónica e inexplicável sem a ajuda de medicamentos. Esta dor é, na realidade, uma ‘diversão’ criada pelo nosso cérebro para nos desviar de emoções com as quais temos dificuldade em lidar (trauma, stress, vergonha, culpa, tristeza…).
Ao aceitar a origem psicológica da dor e ao identificar essas emoções reprimidas, começaríamos a sentir menos dor, pois esta estratégia de evasão não teria mais razão de ser.
Uma ligação corpo-mente
Os especialistas reconhecem prontamente o papel das emoções na dor quando nenhuma causa médica consegue explicá-la.
Na maioria das vezes, a ocorrência da dor é consequência de um fator externo ou estrutural, como um acidente ou uma hérnia discal, por exemplo. Mas ela pode tornar-se crónica ao ‘despertar’ traumas psíquicos mais ou menos profundos na história pessoal de cada um. O trabalho sobre as emoções ligadas ao trauma é, portanto, primordial, isto é agora admitido.
Uma dor, especialmente quando é crónica, é sempre uma perceção física desagradável, mas também uma emoção. Um bom exemplo disso são as dores musculares ou articulares, que muitas vezes estão associadas ao desespero ‘Nunca vou conseguir superar isto’ e à incompreensão ‘Dizem-me que é coisa da minha cabeça’.
Expressar as suas emoções
É importante expressar essas emoções ‘ocultas’ para conseguir libertar-se da dor. Os medicamentos têm pouco efeito sobre o especto psicológico da dor.
Por isso, as novas abordagens para alívio da dor utilizam tanto medicamentos quanto a psicoterapia, as terapias de grupo (como a arteterapia) ou ainda a hipnose para permitir expressar e evacuar possíveis traumas inconscientes. É necessário verbalizar as suas emoções, compreender o que se passa dentro de si quando a dor surge, para poder iniciar uma mudança.
Quando não conseguimos mais lidar com uma dor que nos dá vontade de bater a cabeça contra a parede ou que nos impede de sair, de trabalhar… podemos ajudá-lo a realizar este trabalho.
3 exercícios para sentir menos dor
Pode experimentar estes exercícios assim que sentir a dor a aparecer.
- É a base de todos os métodos para aliviar a dor. Instale-se confortavelmente e tome consciência do seu corpo pousado na cama ou na cadeira (ou do apoio dos pés no chão se estiver de pé). Respire calmamente, sentindo a sua respiração, sem tentar mudá-la ou forçá-la. Pratique depois um ‘scanner corporal’: começando pelos pés até à cabeça, sinta cada zona do corpo e tente relaxá-las uma a uma.
- O mais simples é jogar com a visualização do frio ou do calor. Por exemplo, perante uma dor de cabeça, imagine que passa as suas mãos na neve ou à volta de um copo de água gelada, depois diga a si mesmo ‘Estou a trazer frescura para a minha testa’ ao colocá-las sobre ela. O mesmo em caso de dor nas costas, imagine as suas mãos em frente a uma lareira, dizendo ‘Estou a trazer calor para as minhas costas’. Quanto mais detalhadamente visualizar estas sensações, mais eficaz será.
- Utilizar as cores. Pode também modificar a perceção da dor através da cor. É a técnica da luva mágica em auto-hipnose: concentre-se na sua mão e imagine-a a tingir-se de uma cor agradável que corta a sensação dolorosa do corpo (cada um encontra a cor que funciona melhor para si). Depois, basta passar a mão sobre a zona onde sente dor (cabeça, barriga, costas…) para diminuir, por sugestão, a sensação dolorosa.