O INGREDIENTE QUE O FAZ ENVELHECER MAIS RÁPIDO 
E consome-o todos os dias

Ingrediente indispensável na nossa alimentação, o açúcar encanta o nosso paladar, ao mesmo tempo que nos proporciona uma boa dose de energia. Mas por detrás deste prazer instantâneo, esconde-se uma verdade menos doce: o açúcar acelera o nosso envelhecimento. Desde os doces até ao molho de tomate, o açúcar insinua-se nas nossas refeições diárias e os seus efeitos nocivos acumulam-se com o tempo. Embora não possamos viver completamente sem ele, o melhor é compreender como age no nosso corpo e considerar controlar o seu consumo.

Açúcar, amigo ou inimigo? 

Pode ser tentador pensar que, para preservar a nossa juventude, basta banir este ingrediente das nossas vidas. Mas não é assim tão simples. Em pequenas quantidades, o açúcar é um aliado do nosso bem-estar. A famosa vontade de comer algo doce a meio da tarde não é apenas um desejo passageiro: muitas vezes, corresponde a uma necessidade fisiológica de relançar a produção de serotonina, a nossa hormona da felicidade. Por outras palavras, uma moderação inteligente no consumo de açúcar pode contribuir para o nosso equilíbrio mental.

No entanto, o açúcar tornou-se omnipresente nos dias de hoje, até em alimentos processados em que não suspeitamos necessariamente da sua presença. Esconde-se não só nos doces óbvios – guloseimas, pastelaria, gelados – mas também em produtos que consideramos salgados, como pratos preparados ou molhos industriais. Uma fatia de pizza pode conter até dois cubos de açúcar, um cheeseburger até 2,5, e até uma porção de cenouras raladas industriais contém 1,7.

Envelhecimento acelerado: dois culpados principais 

Mas por que é que o açúcar nos faz envelhecer mais rápido? Há dois processos-chave a compreender: o stress oxidativo e a glicação.

  1. Stress oxidativo: o ataque invisível

Quando consumimos açúcar em excesso, o nosso corpo produz mais insulina para transportar a glicose para as células. A longo prazo, essa produção excessiva de insulina pode levar à resistência a essa hormona, resultando num nível elevado de açúcar no sangue. Esta glicose em excesso ataca então os nossos vasos sanguíneos, provocando inflamação e danos celulares sob a forma de stress oxidativo. Isto acelera não só o envelhecimento da pele, mas também dos órgãos internos, dos músculos e até dos olhos. Imagine cortar uma maçã ao meio e deixá-la exposta ao ar. Ela fica castanha em poucos minutos: este é o efeito da oxidação. Este mesmo processo ocorre dentro de nós, mas a uma velocidade mais lenta e ao longo de um período de tempo mais longo, tornando os seus efeitos mais insidiosos.

  1. Glicação: quando a nossa pele carameliza

Frequentemente descrita como uma forma de caramelização das proteínas no nosso corpo, a glicação é o segundo fenómeno causado pelo consumo de açúcar. É ainda mais pernicioso. O açúcar liga-se às proteínas, como o colagénio e a elastina, e endurece-as. O resultado? Uma pele menos flexível, mais baça, marcada por rugas precoces e uma perda de elasticidade. Este processo acelera-se particularmente em pessoas que consomem muitos açúcares rápidos. A glicação não se limita à pele. Também afeta os órgãos internos, tornando os tecidos mais rígidos, os vasos sanguíneos mais frágeis e favorecendo o aparecimento de doenças degenerativas como a artrite ou as doenças cardiovasculares.

Como abrandar este processo? 

A boa notícia é que é possível atenuar estes efeitos, sem ter de sacrificar todos os prazeres doces da vida. Para preservar a sua pele e a sua juventude interior, deve escolher os seus açúcares de forma inteligente. Prefira alimentos com baixo índice glicémico, como frutas com baixo teor de açúcar, e limite os açúcares refinados presentes nas pastelarias, nos doces e nas bebidas açucaradas.

Além disso, prefira uma cozedura suave. Com efeito, é preferível evitar cozeduras a alta temperatura que favoreçam a glicação dos alimentos. Opte antes por cozeduras lentas e a baixa temperatura, ou em meio ácido (adicione um pouco de limão ou vinagre para ajudar a reduzir o processo de glicação).

Se não deseja alterar a sua alimentação, pode sempre adotar uma rotina de beleza rica em ativos anti-idade e antioxidantes (como a vitamina C, o retinol ou o ácido hialurónico) para combater os efeitos da glicação na pele.

Na realidade, tudo se resume a moderação. Sim, o açúcar é um ingrediente que pode acelerar o nosso envelhecimento, mas não é necessário demonizá-lo. Ao ajustar o seu consumo e fazer escolhas alimentares conscientes, pode continuar a desfrutar dos prazeres doces, ao mesmo tempo que preserva a sua juventude.