DEVEMOS SEMPRE AGRADAR AOS OUTROS?

Fazer amigos como adultos nem sempre é fácil, especialmente se estamos constantemente preocupados em agradar.

Quer queiramos admitir ou não, todos buscamos sempre agradar aos outros. E quem disser o contrário está a mentir. Todos, em maior ou menor medida, preocupamo-nos com o que as pessoas pensam de nós. Pelo menos, aquelas pessoas que nos importam, com quem acreditamos que podemos ter uma conexão, ou colegas de trabalho que temos que ver diariamente.

Sentir que não agradamos a alguém sem razão aparente é uma das piores coisas que podemos sentir, especialmente se somos daqueles que tendem a dar muitas voltas às coisas. Isso torna-se ainda mais grave se considerarmos que, hoje em dia, um dos problemas mais comuns que enfrentamos é a solidão e a falta de uma conexão genuína com outras pessoas.

O problema nem sempre tem que ser nosso, e muitas vezes tudo depende das circunstâncias e das pessoas com quem cruzamos, mas é certo que, de acordo com os especialistas, também podemos fazer certas coisas para melhorar nossa atitude ao conhecer pessoas e tornar mais fácil estabelecer um vínculo com elas. Afinal, ninguém é perfeito, não é verdade?

Por mais que não possamos controlar como os outros nos percebem, temos algum controle sobre como nos apresentamos a eles. Após fazer três mudanças muito simples em nossa atitude, notaremos que agradar será mais fácil do que em ocasiões anteriores.

Amar-nos a nós mesmos

Sim, soa a cliché, e é. Já ouvimos mil vezes que se não nos amarmos, os outros não poderão fazê-lo. E, embora isso não seja 100% verdadeiro, a realidade é que há uma certa sabedoria que podemos extrair dessa afirmação.

Tendemos a ser os nossos piores críticos. Somos quem nos vemos pior, quem nos martirizamos mais pela nossa aparência física, nossa situação profissional ou pessoal e nossas ações. Nunca estamos completamente satisfeitos.

Quando nos concentramos nos aspetos negativos da nossa vida, vivemos com medo de correr riscos e de experimentar coisas novas. Assusta-nos pensar que os outros podem ver todas as coisas más que nós vemos e que, por isso, nos rejeitarão.

Devemos fazer um esforço para trabalhar na nossa autoestima e sentir-nos confortáveis com quem somos. Uma vez que nos aceitamos, sentiremo-nos suficientemente seguros para nos mostrarmos tal como somos, e isso é o principal atrativo que atrairá os outros para a nossa personalidade.

Amar aos outros

Sejamos honestos: todos gostamos de sentir que agradamos aos outros, e não apenas no campo romântico. Gostamos de sentir que nos apreciam tal como somos. E, quanto mais sentimos que alguém gosta de nós, melhor gostamos dessa pessoa.

Muitos de nós tendemos a procurar perceber o lado negativo dos outros, os aspetos que nos indicam que alguém pode nos ferir no futuro. Entramos num estado de alerta permanente, porque tentamos proteger-nos do sofrimento que os outros nos possam causar. Optar por ficar na defensiva nunca é a melhor opção se quisermos agradar. Na verdade, fará com que nos isolemos.

A vezes, os nossos traumas e ressentimentos por relações passadas impedem-nos de estabelecer um vínculo com pessoas com as quais talvez pudéssemos ter uma certa ligação. Criticamos os outros pelas suas fraquezas sem realmente conhecer as suas situações pessoais, e isso afasta-nos dos outros.

Quando isso acontece, devemos direcionar as nossas energias para encontrar tudo de bom que os outros têm e apreciá-los tal como são.

Ser mais abertos e julgar menos os outros

Em relação ao segundo especto, a terceira mudança que devemos fazer é tentar não julgar os outros à primeira vista. Todos agimos de forma estranha às vezes, dizemos coisas que não deveríamos ou estamos nervosos quando conhecemos pessoas novas. Se nós nos sentimos assim, provavelmente os outros também.

Quando conhecemos alguém e essa pessoa diz coisas que talvez estejam um pouco fora de lugar, devemos tentar não a julgar e esperar conhecer um pouco mais antes de formar uma opinião definitiva sobre ela.

No final das contas, trata-se de trabalhar para sermos mais amáveis connosco mesmos e com os outros, e permitirmo-nos mostrar-nos tal como somos. Se realmente nos esforçarmos, podemos agradar e fazer esses amigos que permanecerão na nossa vida para sempre.