A FRIGIDEZ

Um problema sexual que afeta tanto os homens quanto as mulheres

A frigidez não diz respeito apenas às mulheres… Alguns homens têm ereções, ejaculam, mas não sentem prazer. Tal como nas mulheres, a anorgasmia nos homens é geralmente contextual, mas não insignificante. De onde vem a ausência de prazer e como solucioná-la?

A anorgasmia, um tema tabu

Existem muito poucos estudos científicos sobre o assunto e por uma boa razão: são raros os homens que se atrevem a falar sobre a ausência de prazer sexual. Pois a frigidez remete a uma patologia psicológica geralmente associada ao sexo feminino; é uma confissão de impotência mais difícil para um homem admitir do que a ausência de ereção, que pode ser justificada por uma falha de ordem mecânica. Especialmente porque o homem consegue ter ereção e ejacular.

Mas então, o que é a anorgasmia? Trata-se de um distúrbio sexual caracterizado pela incapacidade regular ou constante de atingir o orgasmo, apesar de uma excitação sexual suficiente. Ela pode ser classificada em vários tipos:

  • Anorgasmia primária: uma pessoa nunca sentiu um orgasmo.
  • Anorgasmia secundária: uma pessoa já sentiu orgasmos, mas agora é incapaz de atingi-los.
  • Anorgasmia situacional: uma pessoa é capaz de atingir o orgasmo em certas situações ou com certos parceiros, mas não em outras.
  • Anorgasmia generalizada: uma pessoa é incapaz de atingir o orgasmo em qualquer situação ou com qualquer parceiro.

As causas da anorgasmia podem ser físicas, como certas doenças ou o uso de determinados medicamentos, ou psicológicas, como estresse, ansiedade ou traumas sexuais.

Quando ejacular não é sinônimo de prazer

É, portanto, mais confortável dissimular a ausência de prazer do que admiti-la. No entanto, uma pesquisa de 1993 sobre a análise dos comportamentos sexuais revelou que 14% dos homens sofrem “frequentemente ou ocasionalmente” de anorgasmia, não sentindo nenhum prazer, mesmo após uma relação sexual bem-sucedida.

A anorgasmia geralmente ocorre com o aparecimento de fatores específicos que precisam ser identificados para se considerar uma terapia adequada. Ela é frequentemente de origem psicológica (85%), mas também pode ter causas neurológicas (lesão medular, esclerose múltipla) e medicamentosas (relacionada a certos antidepressivos) em partes iguais.

A ereção sendo parcialmente mecânica, assim como a ejaculação, é possível ter uma relação sexual com a parceira, talvez sentindo uma certa forma de excitação, mas sem o menor prazer no momento da ejaculação, que deveria normalmente trazer um orgasmo masculino.

Como detetar a anorgasmia

O uso prolongado de entorpecentes, como a cocaína, não pode ser descartado como causa da ausência de prazer. Na maioria das vezes, as causas são episódicas. Falamos então de anorgasmia secundária se os fatores forem contextuais: luto, preocupações materiais… A anorgasmia primária diz respeito aos homens que nunca foram muito inclinados ao sexo, seja devido à sua educação, seja devido à sua natureza, mais cerebral, que pode explicar essa frigidez masculina.

Os homens que sofrem de anorgasmia podem, inicialmente, realizar uma avaliação sexo-psicológica. A causa nem sempre é simples de determinar, por isso exames médicos são normais para tentar detetar uma possível causa orgânica. Um tratamento comportamental é necessário para recuperar rapidamente a confiança necessária para liberar o freio do prazer.

Não sinto nada durante a relação, o que fazer?

Primeiramente, lembre-se de que a anorgasmia é uma patologia com muitos fatores contributivos, e isso não é “culpa sua”.

Provavelmente você ainda está tão apaixonado pela sua parceira ou seu parceiro, e ela ou ele também não é responsável pela sua situação. Tente, antes de tudo, identificar o(s) fator(es) desencadeador(es) da sua ausência de prazer, a fim de tentar resolvê-los. Um acidente, um evento infeliz ou simplesmente uma queda no ânimo?

É a causa que você deve tratar, enquanto continua sua atividade sexual normal em paralelo. Em todos os casos, converse com sua parceira para que ela compreenda a situação; ela pode ser capaz de ajudar e, no mínimo, será compreensiva em relação à sua libido (ou sua ausência) e suas “performances” atuais.

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